24/10/2023 às 00h39min - Atualizada em 24/10/2023 às 00h39min
Atirador de 16 anos já havia registrado boletim de ocorrência por ameaça e lesão corporal
Ataque a tiros ocorreu na Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, nesta segunda-feira, 23; uma adolescente morreu
Marcela Coelho
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Estudante de 16 anos promoveu ataque a tiros na Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo Foto: Peter Leone/O Fotográfico / Estadão O estudante de 16 anos que atirou e matou uma adolescente na Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo nesta segunda-feira, 23, já havia registrado um boletim de ocorrência por ameaça e lesão corporal seis meses antes do incidente. O caso anterior, no entanto, não teria ocorrido na Escola Estadual Sapopemba.
A informação foi confirmada em coletiva de imprensa realizada nesta tarde, com a participação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do secretário de Educação do Estado, Renato Feder. O atirador foi apreendido e poderá ser encaminhado para a Fundação Casa.
O ataque a tiros ocorreu por volta das 7h30 da manhã. Uma adolescente de 17 anos não resistiu aos ferimentos e morreu. Outros três estudantes feridos foram socorridos e levados ao Pronto Socorro do bairro. Eles estão estáveis e passam bem. Após os disparos, o jovem de 16 anos deu a arma de fogo para a coordenadora da escola e se entregou para a Polícia.
Segundo relatos de estudantes, o atirador sofria bullying por ser homossexual. Mas, conforme investigação inicial, a vítima fatal não tinha relação com os ataques homofóbicos sofridos pelo atirador.
"Ele apanhava do pessoal [por ser gay], e chegou até se assumir hétero de novo para não apanhar, não sofrer mais", explicou um aluno, entrevistado pelo Terra na porta da escola. Conforme o jovem, uma das estudantes atingida era da sala do atirador, mas não era considerada mais sua amiga.
Já sofreu agressão
O Terra teve acesso a um vídeo em que o atirador aparece em uma briga, com duas meninas. A princípio, as imagens mostram o adolescente e outra aluna, ambos com o uniforme da escola, puxando os cabelos um do outro. A menina ainda o acerta com um chute. Eles se separam e o menino a empurra, fazendo-a cair ao chão.
Nesse instante, outra estudante com capus parte para cima do jovem, também puxando seus cabelos e dando tapas em sua cabeça. A primeira aluna se junta a ela, agredindo o rapaz. Eles são separados enquanto a sala grita. O vídeo teria sido gravado em junho deste ano.
Primeiros disparos
O rapaz entrevistado pelo Terra estava na sala de aula quando ouviu o primeiro disparo, mas achou que se tratava de uma bomba. Nesse momento, sua turma colocou as carteiras em frente a porta da sala, mas ouviu novos tiros. "Já começamos a ficar preocupados. A professora que estava na sala segurou a porta, não estava deixando a gente sair, por conta do que estava acontecendo, não sabia o que era", relata.
*Com colaboração de Juliana Cruz
ATENÇÃO: Se você sofre algum tipo de bullying na escola ou cyberbullying de colegas na internet, faça a denúncia no Disque 100 – Disque Direitos Humanos. A ligação é gratuita e o atendimento é feito 24 horas por dia. Para receber atendimento ou fazer denúncias pelo WhatsApp, basta enviar mensagem para o número 61 99656-5008. Também é possível ser atendido pelo Telegram, basta digitar "Direitoshumanosbrasil" na busca do aplicativo. Após uma mensagem automática inicial, o atendimento será realizado pela equipe do Disque 100.
Se você é pai, mãe ou responsável por uma vítima de bullying, converse com ele(a). Procure a direção da escola para tentar solucionar o problema entre os envolvidos e suas famílias. Se o(a) diretor(a) não tomar nenhuma atitude, formalize a denúncia em casos mais graves no Conselho Tutelar ou na polícia da sua cidade.